sexta-feira, 19 de agosto de 2011

OBRA PARADA NO BEIRA-RIO

A obra do Beira-Rio está parada há cerca de 60 dias; o que está acontecendo de verdade?

Ainda na década de 50 do século passado, Colorados visionários perceberam que o glorioso Estádio dos Eucaliptos era pequeno demais para a torcida do maior Clube do Sul do Brasil. Ao longo de muitos anos, a paixão dos nossos ancestrais arrancou um naco do Guaíba para nele construir a catedral Colorada. Ao longo da década de 60, talvez nenhum canteiro de obra em Porto Alegre tenha deixado de dar sua contribuição - voluntariamente ou não - à construção do nosso Gigante. Desde o histórico dia 6 de abril de 1969, o Estádio Beira-Rio é a nossa casa e o orgulho de todos os Colorados.

Por isso e muito mais, o Movimento MAIS INTER tem acompanhado com muito cuidado tudo que envolve o projeto da reforma de nosso estádio, inicialmente denominado “Gigante para Sempre”. Em vista disso, e em respeito aos Associados que conduziram sete de nossos membros ao Conselho Deliberativo do Internacional, julgamos importante fazer algumas considerações e prestar as seguintes contas do que está acontecendo a esse respeito.

Em um dos primeiros atos de sua gestão, o presidente Giovanni Luigi enviou ao Conselho Deliberativo uma proposta para a alteração do modelo de financiamento da obra, a qual seria realizada não mais pelo próprio Clube, como anteriormente aprovado por unanimidade pelo próprio Conselho, mas através da contratação de uma parceria com a empreiteira Andrade Gutierrez. O modelo do negócio foi exposto ao Conselho pelo gerente executivo do Clube, o ex-secretário estadual da Fazenda Aod Cunha de Moraes.

Essa exposição tornou pública a precariedade das finanças Coloradas, até então tidas como saudáveis e pujantes, deixando claro que o Internacional não teria condições financeiras de executar o projeto “Gigante para Sempre” dentro dos prazos exigidos pela FIFA e sem comprometer severamente os investimentos no futebol.

Inicialmente, o Movimento MAIS INTER posicionou-se contra a alteração, por desagradar-nos profundamente a alienação do patrimônio do Clube por longo tempo, como é de conhecimento público. Contudo, o reduzido número de nossa representação exige dos Conselheiros do MAIS INTER uma postura não apenas coerente com os princípios de nossa ação política, mas também adequada para produzir os maiores efeitos possíveis. Assim, tendo por referência a pacificação do Clube, já bastante abalada ao longo dessa discussão, ajudamos a alcançar uma troca consensual de modelo mediante o atendimento de algumas reivindicações, tanto as nossas quanto as de outros movimentos.

Graças a essa postura, foi constituída uma comissão de obras para o acompanhamento de todo o processo, e foi publicado um edital para o recebimento de propostas de eventuais interessados em firmar a parceria nos mesmos termos da Andrade Gutierrez.

A principal reivindicação do MAIS INTER, apresentada pelo Conselheiro Fernando Bolzoni, foi de que o contrato entre o Internacional e a parceira fosse aprovado pelo Conselho Deliberativo, de forma a evitar a assunção de compromissos pelo Clube sem o devido conhecimento de seus representantes. Apesar de alguma relutância da gestão e até da inacreditável recusa de numerosos conselheiros da "base aliada" em querer exercer as atribuições de seus mandatos, a proposição acabou aprovada.

Desde março estamos na expectativa do aguardo da apresentação do contrato que detalhará as obrigações e os direitos do Internacional perante a Andrade Gutierrez. Em 18 de julho, a Comissão de Obras publicou seu comunicado nº 12, informando que a “parceria estratégica com a Construtora Andrade Gutierrez encontra-se em fase final de formalização contratual”. Até a presente data, passados quase 30 dias do comunicado, a minuta do contrato ainda não foi disponibilizada para o exame dos Conselheiros. Por que essa demora?. Enquanto isso, as obras estão paralisadas há quase dois meses, e cada vez mais pessoas começam a duvidar da possibilidade de o Estádio Beira-Rio receber os jogos da Copa das Confederações de 2013.

Preocupa-nos o cronograma das obras, pois torcemos para que, no final de janeiro, ou no início de fevereiro de 2012, o Internacional esteja novamente lutando por uma América Tri-Vermelha, mandando partidas da Copa Libertadores da América no palco do Gigante da Beira-Rio; a execução das obras contra o relógio não deve e não pode ser impeditivo para que os jogos se realizem na Casa dos Colorados.

O MAIS INTER, através de seus Conselheiros, quer apreciar a minuta do contrato o quanto antes, com o tempo devido e necessário para poder sugerir melhorias, sempre na defesa dos interesses do Internacional e de seus Torcedores, para que o maior beneficiado seja do SPORT CLUB INTERNACIONAL e não a parceira.




MOVIMENTO MAIS INTER

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