segunda-feira, 26 de setembro de 2011

QUE PARCERIA É ESSA?


O Representante do América-MEX sequer trouxe uma camiseta para a foto,
evidenciando a pouca importância que as outras equipes deram a esta "parceria.




Ainda no dia 20 deste mês, através de entrevista coletiva o INTER anunciou assinatura de convênio de uma parceria com o Atlético de Madrid, Chicago Fire e América do México (chegou a ser ventilado que tal parceria poderá envolver 10 clubes AQUI ), tal parceria envolve trocas no setor administrativo, marketing e no departamento de futebol (veja mais AQUI).

Primeiramente chama atenção o fato de no anúncio não terem sido estipulados prazos, metas, cronograma, ou mesmo sequer estimativa de resultados práticos, ou seja, não há qualquer compromisso de ordem prática para viabilizar tal parceria.

Entendo que essas trocas com outros clubes são importantes, que até mesmos podem render bons frutos, mas será que essa parceria, nos moldes em que vem sendo anunciada tem condições de dar certo? Se não der qual o risco para INTER?

O Primeiro questionamento que ouço aqui e ali quando converso com outros torcedores é “E a parceria com o Toteham?” pois quando foi anunciada ela tinha basicamente os mesmos pontos e prometia os mesmos intercâmbios, até mesmo no que tange ao empréstimo de atletas (compare lendo AQUI), mas na prática não houve qualquer intercâmbio vantajoso para o INTER, e o Toteham ainda tentou levar os Damião por um preço módico em razão desta parceria (o Edu ou o Ilan nenhum parceiro levou e eles oneraram enormemente os cofres do INTER até serem dispensados).

Já a atual parceria envolve, com mais ênfase, o marqueting e uma tentativa de globalização da marca do INTERNACIONAL. Esse ano, e com esse objetivo, realizamos intensa mobilização para jogar a Copa Audi na Alemanha, cujos resultados ficaram aquém do esperado pela falta de capacidade gerencial do INTER (não havia um ponto de venda de produtos do INTER na Alemanha, por exemplo).

A globalização de nossa marca tem a natural dificuldade que enfrentam os clubes sul-americanos (embora o Santos, Flamengo e Boca Jrs, por exemplo, sejam mundialmente conhecidos), mas também se dá pela incapacidade da atual administração (em especial o marqueting) de viabilizar tal globalização.

Se tomarmos como exemplo a Copa Audi,vamos ver que nossos dois jogos foram transmitidos para quase uma centena de países, mas de que adianta isso se a Reebook não vende camisas do INTER fora do Rio Grande do Sul. É pouco significativo que nosso jogo tenha passado na TV em países como Austrália e Coréia, se lá não há produtos do INTER (diferente do que acontece com Santos e Boca Jrs, por exemplo).

É necessário que o INTER force a fornecedora de material esportivo viabilizar a globalização de nossa marca e não apenas vender para àqueles que já são nossos torcedores, pois assim é indiferente que nossa fornecedora de material esportivo seja a Reebok ou a Perusso, se as vendas ficarão cingidas as lojas do INTER, internet e lojas de material esportivo onde haja forte colônia de gaúchos.

Outra coisa que chama a atenção é que foi anunciado que poderia haver uma reciprocidade no comércio de produtos dos clubes, ou seja, na loja do INTER venderíamos material esportivo dos parceiros e eles venderiam nosso material em suas lojas, colaborando assim com a possibilidade de venda em outros continentes.

É curiosa essa idéia quando se pensa na quase impossibilidade de sua execução, uma vez que a loja do INTER (localizada no estádio Beira-Rio) pertence a Reebok, eles tem a propriedade da loja e lá só vendem seus produtos (se a Nike lançar uma chuteira do Damião ela não será vendida na loja do INTER no Beira-Rio). Levando-se em conta que os parceiros já anunciados tem a NIKE e a ADIDAS como fornecedor de seu material esportivo, fica difícil imaginar que a Reebok vai vender em loja sua produtos de uma marca rival, seria como imaginar o INTER permitir que a os painéis de publicidade do Beira-Rio tragam a marca de times de segunda divisão como gfpa e corinthians, ou seja, impossível de acontecer.

Alguns poderão argumentar que essa parceria se dará nas lojas virtuais, havendo apenas uma facilitação na logística. Ora, como os sócios sabem o site LOJADOINTER agora pertence ao grupo COMPRAFACIL.COM e não há cláusula no contrato que os obrigue a vender determinados produtos, não podendo a gestão impor essa venda. Haverá então uma negociação direta com as fabricantes de material esportivo, sem que o INTER possa ser determinante nessa transação comercial (aliás pelo site do INTER já é possível comprar camisetas de outros times com 10% de desconto para os sócios).

Mas esses exemplos talvez sirvam para que os atuais dirigentes reflitam sobre a terceirização da exploração do negócio envolvendo a marca do INTER (seja a loja real e virtual, seja o estádio ou como já se anuncia o gigantinho).

Quanto a parceria em si, tenho a nítida impressão de que se trata de um factóide, onde se superdimensionou uma mera carta de intenções, cujos resultados práticos são incertos (me arrisco a dizer que serão insípidos, incolores e inodoros), talvez para desviar a atenção do futebol, em um momento em que nosso time tem resultados muito aquém do que espera para um clube com a grandeza do INTERNACIONAL, em uma competição tão importante quanto o campeonato brasileiro.

André Flores
sou MAIS INTER

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